Terremotos , maremotos, desertificação, fome, calor excessivo, aumento do nível do mar. O que dizer a respeito desses fenômenos? Seria o cumprimento de profecias com a saga do Armagedom ou estamos chegando ao fim dos tempos? Nem uma nem outra alternativa, as alterações climáticas que têm acontecido no Globo Terra, são o resultado de uma busca enfreada do homem por recursos naturais, sem respeito aquela que lhe dá todos os frutos necessários para a sobrevivência, a natureza. A principal causa de todas essas mudanças é o aquecimento Global.
O aquecimento global é causado pela retenção de calor acima do nível considerado normal pela atmosfera, sem que ele se desfaça adeqüadamente. A Terra tem em torno de si uma camada que a protege dos raios ultrasolares, chamada camada de Ozônio. Com a emissão de gases poluentes como o dióxido de carbono, a camada de ozônio é atingida e com isso é formado um buraco na atmosfera, ou seja, a Terra têm sua proteção violada. Contribuem para esta violação a poluição, queimadas, fumaça vinda dos carros e indústrias e também a emissão do gás CFC, mais conhecido como clorofluorcabono. Tudo isso provocou uma alteração nas características da atmosfera, formando o efeito estufa, que se remete a concentração de calor da Terra como se estivesse dentro de uma estufa.
Em todo o mundo existe uma preocupação com as conseqüências desse fenômeno, afinal envolve riscos para toda a humanidade. Durante muito tempo, o homem extraiu recursos naturais sem se preocupar com o futuro. Mas com o aquecimento global, todos são obrigados a tomar alguma atitude, caso contrário a humanidade caminha a passos largos para a sua própria destruição. “Cientistas há anos pesquisam as alterações na atmosfera e as conclusões não são nada animadoras. Cientistas da NASA (Agência Espacial Norte-Americana) confirmaram mais uma vez que o mundo está esquentando. Utilizando satélites os pesquisadores constataram que a temperatura média global aumentou 0.43°C por década, entre os anos de 1981 e 1998. Dados obtidos anteriormente por estações terrestres haviam mostrado um aumento inferior, de 0,34°C por década – uma diferença de 26%.”
O aquecimento global pode trazer sérias conseqüências para todo tipo de vida na Terra, inserindo plantas, animais e até mesmo o homem. As alterações climáticas que vem acontecendo tem alterado todo o ecossistema terrestre, isso significa mudanças no habitat e clima adequado a todos os seres vivos. Com isso, pode vir a existir a extinção de alguns animais que não consigam se habituarem às mudanças climáticas. E outras conseqüências como: a desertificação de algumas regiões, derretimento das placas de gelo da Antártida, aumento do nível do mar, proliferação de doenças e mortes.
Nas florestas, o aumento excessivo de calor pode contribuir para um maior número de queimadas, e como resultado de toda essa catástrofe, provocar a desertificação. Com isso, plantações podem ser destruídas por alagamentos ocasionando a escassez de alimentos. Todo este processo pelo qual o mundo passa, é como uma roda que gira e sempre volta para si na mesma direção. Com a escassez de comida, acontecerá o aumento no número de mortes por desnutrição, além do processo migratório de homens e animais. O que o homem faz com a natureza acaba voltando para si.
Algo que também tem causado preocupação nos cientistas, é o derretimento das calotas polares. O degelo da Antártida é algo que vem acontecendo há milhares de anos, em um lento processo natural. Mas o aquecimento global provocou uma aceleração nesse processo, segundo pesquisas a calota polar tem derretido a uma velocidade de 250Km cúbicos por ano. Este processo interfere no nível das marés oceânicas, e pode provocar o desaparecimento de grandes áreas litorâneas e ilhas inteiras.
“Para os principais especialistas da área, reunidos no IPCC, o painel científico da ONU, não há dúvida. O perigo é real. E a humanidade nunca viveu uma situação como esta. Só houve tanto gás carbônico na atmosfera há 10 milhões de anos. Naquela época, a Groenlândia não tinha geleiras, e o nível o mar estava dezenas de metros mais alto.”
Ações de redução
Com o objetivo de reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera, foi criado o protocolo de Kyoto. Que foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade de Kyoto no Japão, origem do seu nome. Este protocolo, traz discussões e soluções de forma a estabelecer metas de redução para os países industrializados, e dá possibilidades de projetos , para os países desenvolvidos conforme as condições e necessidades de cada um. Com a ação prática do protocolo de Kyoto, foram estabelecidas metas de redução em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012. Além estabelecer metas para a redução da emissão de gases, o protocolo, ainda incentiva a substituição de produtos oriundos do petróleo por outros que não causem tanto impacto no meio ambiente. Fazem parte do protocolo países como: Alemanha, Austrália, Áustria, Belarus, Bélgica, Bulgária, Canadá, Comunidade Européia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Federação Russa, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia e Ucrânia.
O Brasil, por ser um país em desenvolvimento não recebeu nenhuma meta. “Para o ex-vice presidente americano Al Gore, o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra Pachauri, o Brasil pode assumir um papel de liderança entre os países em desenvolvimento no combate ao aquecimento global. A declaração foi dada em entrevista na sede das Nações Unidas, em Nova York. Segundo Pachauri, os brasileiros devem aprender a conciliar o desenvolvimento com o respeito ao meio ambiente.”
Por mais que se fale em mudança de atitude e consciência ecológica, ainda existem países que se recusam a aderir o protocolo. Como é o caso dos Estados Unidos, que é citado como um dos países que mais produz gases estufa, e não se responsabiliza pela redução dos índices de emissão em seu território. Seus representantes alegam que uma ação como esta afetaria a economia do país. Mas como todos nós somos parte da natureza, e o que fazemos à ela retrocede para nós mesmos. Os Estados Unidos além de ser um dos principais responsáveis pela emissão de gases poluentes no mundo, também tem sido um dos países que mais tem sofrido conseqüências do aquecimento global. Nos noticiário ouve-se muito falar a respeito das catástrofes que tem acontecido naquele país, furacões, inundações e tragédias fora de época.